quarta-feira, 13 de novembro de 2013

CASINHA DE BONECAS

"Brincar de casinha é entrar no mundo do faz de conta onde a  criança elabora significados para sua realidade e os expressa."
Kátia A. Kuhn Chedid


          A nossa casinha de bonecas  ganhou "cara nova" em 2013.

          Por iniciativa das coordenadoras Maria do Carmo Leme Lucon e Elenir Sia Lombardi, adquirimos novos ítens para compor o espaço, proporcionando às crianças oportunidade de passar momentos agradáveis, estimulando o imaginário infantil e as brincadeiras de faz de conta.






          Quer saber mais sobre a importância das brincadeiras de faz de conta para as crianças?

          Leia abaixo a entrevista de Gisela Wajskop, (especialista sobre o assunto) para a Revista Crescer:

Brincar de faz de conta é essencial!

Nesta conversa, a especialista em ensino infantil Gisela Wajskop, que também é diretora do Instituto Singularidades, em São Paulo, explica para a gente por que os jogos e as fantasias das crianças devem ser valorizadas e estimuladas. Confira

Cristiane Yamazato

 Shutterstock
CRESCER: Brincar de casinha, de médico, professor... As crianças gostam de imitar os adultos? 
Gisela Wajskop:
 Não só gostam... Essa é a forma como fundamentalmente aprendem! Imitando os adultos, por meio de jogos e situações de faz de conta, as crianças procuram compreender o mundo e as ações humanas nas quais estão inseridas no cotidiano. Vários estudiosos da educação, como Walon, Vigostsky e Piaget, já afirmaram que não existe criação sem imitação. Até os 4 anos, a imitação é uma estratégia de conhecimento, um recurso de aprendizado essencial para o desenvolvimento do ser humano. 

C.: Esse brincar de faz-de-conta revela o que as crianças estão sentindo e pensando? 
G.W.:
 É muito difícil afirmar isso... Embora elas possam externalizar algo que estão sentindo e, eventualmente, revelar coisas internas que os pais desconhecem, acho importante destacar a brincadeira como o momento da ação de um pensamento. Vale lembrar que, nos primeiros anos de vida, o pensamento da criança ainda não está organizado como o do adulto. Então, estamos falando de um pensamento experimental, no qual situações variadas da vida e da cultura, podem ser representadas e reproduzidas livremente. 

C.: Os pais podem estimular de que forma o faz de conta? 
G.W.:
 De muitas maneiras. Oferecendo livros, lendo histórias, levando-os aos museus, parques, teatro, cinema, fazendo viagens, ouvindo música com eles, enfim... contribuindo para que elas tenham bagagem e repertório para brincar. Além disso, gostaria de ressaltar o aspecto afetivo. O olhar carinhoso, compreensivo, aprovador e acolhedor dos pais enquanto seus filhos brincam, fazem as suas descobertas a respeito do mundo. Esse gesto é fundamental para a construção do ser humano. 

C.: As crianças podem brincar com o salto alto da mãe? 
G.W.:
 Podem. Sem problemas se o salto alto, a maquiagem e o esmalte estão presentes no faz-de-conta, no momento de brincar. Fora desse contexto, é claro que esses itens não fazem do dia a dia das crianças... Hoje em dia, acompanhamos uma erotização que rouba a infância e diminui a importância do brincar, tão essencial na formação da personalidade das crianças. Nem é preciso dizer que salto e maquiagem não combinam com corrida, amarelinha, parquinho, areia etc. 

C.: Até que ponto os pais podem brincar junto no faz de conta? Eles devem “corrigir” o que a criança faz de errado? Isso poderia ensinar ou bloquear a criatividade? 
G.W.:
 Sinalizar que comidinha feita de areia não é para comer é um papel dos pais, por exemplo. Além disso, eles podem apresentar brincadeiras e formas de brincar que o filho desconhece. Agora, esse não é um momento de “ensinar” algo para as crianças. Não há correção na brincadeira. A função educacional deve ser posta em prática na hora de dormir, durante a assepsia, nas refeições e assim por diante. Durante a brincadeira, o que é eficaz é o exercício do ensaio e do erro. Quanto ao tamanho da participação, as crianças são ótimas para dar o limite aos pais. Quando elas não precisarem mais dos adultos para brincar, elas vão dizer.

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